segunda-feira, 28 de abril de 2014

querido Sherlock,

Sou uma brasileira de 24 anos, caucasiana, que faz mestrado em comunicação e tem compulsão por chocolate, como você já deve ter percebido só de me olhar por dois segundos e reparar minha blusa não passada, meu tênis de sempre, meu casaco fino e, claro, minha mochila excessivamente colorida.

Tal qual Watson, vivo sendo surpreendida por você e por essa sua nova pegada meio “freak” na BBC. Demorei a te reencontrar desse jeito, e estou muito feliz que isso tenha acontecido. Mas estou mandando essa cartinha para fazer uma reclamação: preciso que você me deixe dormir!

Por favor, pare de tentar conversar com The Woman nos meus sonhos. Seus enigmas podem esperar até o amanhecer. Aliás, nem tem graça ficar resolvendo os casos durante o meu sono e deixar um monte de gente por fora do que tá rolando aí pelo mundo. Podemos ficar resolvidos assim?

Quando receber, me avisa por sms ou whatsapp, que o meu toque de notificação também é orgástico!

Beijos e até o próximo domingo,

Seane.

domingo, 27 de abril de 2014

querido tatuador,

Eu tive o prazer de conviver com um gogó de sol em câncer e descendência italiana, sabe? Cordas vocais dramáticas, timbre um pouco resfriado, volume exagerado. Irritante, dava vontade de mandar falar mais baixo às vezes. Só que como eu conhecia muito bem, não fazia, uma ruga na testa se formaria, e deus me livre chatear aquele favo de mel. 

Era uma voz também muitíssimo acolhedora, que sempre se introduzia com empolgação e um questionamento se estava tudo bem. Uma voz com uns risinhos de vírgula e alguns ruídos de fingir tentar conter risada. Às vezes esses ruídos vinham logo depois de olhar nos olhos e dialogar por eles, se acabava fazendo "fs" com os dentes nos lábios em uníssono, entende? Em averiguação da mensagem olho-no-olho recebida, compreendida e graça concordada. 

Falando nisso, não existia o "r" igual o meu, de coçar a garrrrganta, o "r" vibrava no dente mesmo, o "s" não chiava e as vogais tinham a tendência da multiplicação, como infestação de crases. E essa voz não sabia cantar exatamente, mas cantarolava sempre que queria. Fazer o quê se o espírito é livre e sem vergonha? A voz acabava soando histérica e de tanta inocência e falta de pudor, linda. Lin-da. Era uma voz que gostava também de pon-tu-ar as sílabas. Era uma voz da dramaturgia da vida real, da verdade que se sente. Era uma voz e tanto.

Então, tatuador, eu queria fazer isso. Porque de tantos símbolos, o que mais ecoa, mas eu tenho muito medo de perder, é a voz dela dentro de mim. E veja bem, olha que beleza, nem precisa se preocupar com o traço, com o preenchimento, se vai ter sombra ou não, se é Old School, New School... Só grava essa voz na minha pele. Tem um berrante na boca da minha saudade e um receio inquietante desse arquivo wav da minha memória ser comprimido a um mp3, e chegar a um midi, e concluir-se em um nada.

Espero resposta quanto ao formato de áudio necessário para gravar na pele, ok?

Quando receber, me avisa.

Laila.


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Laila Razzo, 25, publicitária, leitora, mente curiosa e criativa full time. Escreve sobre comportamento (o dela e dos outros) no Raios e Bombas e se envolve em tudo o que é projeto que envolva agitar e renovar a música maranhense.

sábado, 26 de abril de 2014

querido feriado,

Muito obrigada pelo dia de ontem. Foi meu primeiro 25 de abril em Portugal e o dia não poderia ter sido mais fixe.

Teve dia lindo, calor, gente feliz, muito amor, um almoço delicioso (sdds costelinhas!), vinho e uma das melhores mousses de chocolate que já comi na vida. E depois do cochilinho no sofá, teve saída com amigos queridos!

Já vai preparando o dia do ano que vem e, quando receber, me avisa.

Beijinhos,
Mariana.



quarta-feira, 23 de abril de 2014

querida Pri,

Ontem Seco me contou que ficaste noiva. Aliás, contou, não: passou o link de uma postagem no facebook da Tássia. Tu sabes, hoje em dia é naquele lance do 'espia esse link' que a história da humanidade é contada. 

Fico muito feliz que tu e o Rodrigo estejam se dando tão bem. Ele é um cara super legal e, desde a primeira vez que vi vocês juntos, sabia que ia dar certo porque ele te observa falar com um olhar encantado. Lembro que teu medo foi ficar sozinha para toda a eternidade, o que eu sempre achei um medo exagerado justamente por ser uma pessoa encantadora. 

Toda essa felicidade é um sentimento meu, da Babel, da Seco e da Mari. Passamos um bom tempo ontem no whatsapp comemorando, dizendo que foi bonitinho, romantiquinho, fofinho por sabemos o quanto tu mereces tudo de melhor na vida!

E foi super legal o pedido ter sido na Disney. Agora está tudo certo e oficial: um príncipe encantado pra uma princesa encantadora! 

Quando receber, me avisa.

Beijão,
Carol



segunda-feira, 21 de abril de 2014

querida Net,

Ainda está cedo, sei que ainda faltam alguns dias para o mês acabar. Mas já tomei uma decisão e, desde então, estou super ansiosa para colocá-la em prática. Por isso, vou te avisando logo. Vou cancelar o seu serviço!

Minha fidelidade está acabando e, acredite, foi um ano de sofrimento com a sua internet. Principalmente agora, no finalzinho, parece que o sinal decidiu não pegar mais direito no meu computador. Estou de computador novo, e eu e meu namorado acreditávamos que isso resolveria nossos problemas de Skype. Mas você sabe que não foi bem assim.

Então, se prepara. Já sei pra onde vou migrar, o preço é ótimo e já tenho amigos que migraram e estão satisfeitos. Não adianta tentar me chatear com muitas burocracias, pois também estou preparada. A partir do dia 30 de abril, a gente começa a se falar.

Quando receber, não precisa me avisar ou mandar um analista de redes sociais me responder. Estou tranquila.

Beijos,
Seane.



domingo, 20 de abril de 2014

querida Maria,

Hoje conto mais um mês que foste embora. Neste mesmo horário, estava eu desprevenido, achando que a ligação do Cadinho no meio da manhã era apenas mais uma ligação só pra conversar. Não era. Ele fez tudo direito, não se preocupe. Perguntou como eu estava e se estava sozinho – eu disse que não – e ele insistiu, de forma calma e doce, para passar o telefone para alguém. Eu não desconfiei de nada.

Era cedo, estava eu no trabalho, e sabes tu que nunca funcionei bem pela manhã. Então, passei para a amiga mais próxima. Ela atendeu. 30 segundos depois vi nos olhos dela que se tratava algo sério. Ela segurou em uma das minhas mãos e na outra me devolveu o telefone.

Perder o chão, não sentir as pernas, perder o fôlego… perder tudo.

E desde então, todos os dias têm sido dias. Dias em que eu tenho aquele estalo no meio da rua pensando em tirar uma foto engraçada para te enviar, ou em que vejo aquela receita boa que passou na TV para gente fazer junto… e quando eu lembro, já não estás aqui.

É complicado pensar que não vou mais sentir o teu cheiro, brincar com tuas gordurinhas do braço, ir pro teu colo e ganhar festinhas no cabelo, te apanhar no meio da tarde e pular pra tua beira na cama e tirar aquele sono bom junto contigo, ler aquela letrinha pequena na revista…

Todo dia é teu dia, todos os meus dias são dias pra ti. Todo dia é uma lembrança. E eu vou me lembrar de ti pra sempre.

Fica bem. Daqui a pouco a gente se encontra para aquele abraço bem gostoso que só tu sabias dar. Quando receber, me avisa.

Te amo, mãe.

Teu filhote,
W.












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Wandson nasceu no dia 7 de setembro. Queria conquistar sua independência e, por isso, achou que tinha alguma piada morar em Portugal por ter Lisboa no nome, porém, resolveu viver no Porto. Tem o dom de dar emoções a brinquedos, veja com seus próprios olhos aqui.

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Quando convidei o Wandson, ele disse: "Vou usar o selo de um amigo meu!" e eu achei um máximo ele conhecer alguém que havia desenhado selos. Aí ele me mostrou, fiquei doidinha da cabeça, porque nós aqui do blog já adorávamos os selos do Zé Cardoso e já havíamos usado um em outra carta. O mundo é redondo, mas poderia ser um ovo... de codorna! 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

querida quinta-feira,

Até bem pouco tempo, meu dia preferido da semana era a quarta-feira, porque ela marcava o meio da semana e o ponto em que a minha contagem regressiva pro fim de semana começava, mas aí você chegou trazendo novidades.

Coincidência ou não, boa parte das últimas boas notícias que recebi vieram contigo. Você trouxe boas novas de São Luís, do ISCTE, teve aquela vez em que um fui aprovada em um teste importante e teve ontem... ah, ontem você me fez dar pulinhos pelo quarto! Ah, ainda teve notícia boa vindo láááá da Nova Zelândia.

Continue assim, trazendo boas novas para mim e para os meus. Quando receber, me avisa.

Um beijo grande,
Mariana.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

querida Padaria São José,

Você nem sabe o quanto você está sendo legal e útil nessa minha vida operária, muito menos o quanto eu já me apeguei a você.

Sempre achei padarias lugares maravilhosos. Estômago que o diga. Mas só depois de começar a trabalhar o dia inteiro (e às vezes a noite) sem ir em casa, é que percebi o quanto vocês são uma mão na roda.

Se é pra ver o namorado rapidinho depois do expediente, só pra tomar um café com beiju, é aí. Se for pra entrar no terceiro turno e fazer uma reunião com um freela, marco por aí. Se é pra tomar duas cervejas depois do trabalho porque o dia foi foda e não vai dar pra chegar em casa com a garganta seca e sem relaxar um pouco com uns amigos, adivinha onde é?

Pra me segurar aí pra sempre, basta manter o beiju quentinho, a massa da empada sequinha e a cerveja geladinha.

Separa uma mesa pra mim mais tarde e, quando receber, manda um café e me avisa.

Beijos
Bel







segunda-feira, 14 de abril de 2014

querido ido,

Gostaria de ter ficado, ado, mas por ter desistido, ido, tão logo tivéssemos acabado, ado, nos distanciamos.

Tínhamos mais tempo, mas não tínhamos mais saco.

Até que a morte nos tivesse serapado, ado, poderíamos ter curtido, ido, vivido, ido, amado, ado.

Não faz sentido, ido. Quando recebesse, poderia ter me avisado,ado.

Abraços,
Carolina




domingo, 13 de abril de 2014

querida formiga,

Desde o dia em que te vi devorar um tablete de caldo lá na cozinha, percebi que algo não estava muito bem. Compreendo que, quando em coletividade, podemos até cometer atos que jamais nos passariam caso vivêssemos uma vida de solidão. Mas as ações de vandalismo realizadas durante as “festinhas” diárias que acontecem em minha casa sem o meu consentimento, confesso: não consigo compreender.

Da última vez, tive que passar por um constrangimento imenso! Isso porque as tuas amigas não só tiveram a audácia de me retirar da cama enquanto eu dormia, como abriram a porta da sala e me puseram do lado de fora do meu próprio apartamento! O danado foi ter que acordar com o sol na cara e ainda ter que explicar para a vizinha o que era que eu estava fazendo abraçada com a grade do portão dela.

Mas, sem ressentimentos. E que fique claro: eu não tenho nada contra o fato de tu seres formiga. Eu até tenho amigas que são. Por isso te escrevi esta carta em tom tão preocupado. Sendo assim, quando receber, me avisa e aparece aqui em casa para a gente tomar um café e conversar sobre a vida. 

Prometo que ponho bastante açúcar para não ter que te ver sucumbir novamente a um salgado tablete de caldo.


Com afeto,
Camila Chaves.










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Camila Chaves não é jornalista e um dia será cronista. Já escreveu periodicamente no Zine Colorido.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

querida Babel,

Você fez o post dos caderninhos e lembrei daquela nossa vontade de colecionar lindas garrafas pra de coração da casa. Esses dias, também começou a nova temporada de Game of Thrones, vi o primeiro episódio e amei, mas ficou faltando alguma coisa.

Logo que te vi online no gtalk, me dei conta que ficou faltando a nossa conversa do dia seguinte. Morri de saudade das nossas confabulações sobre a história e da nossa corrida pra terminar os livros (que, by the way, eu perdi, porque ainda não terminei o quinto).

Também me dei conta que sinto muita falta das conversas diárias no gtalk, do teu bom dia de todo dia e até da minha preocupação de quando não te via online a partir das 9h. A saudade não fica só nisso, como éramos quase vizinhas de trabalho, rolavam uns almoços e lanchinhos vez ou outra, regados a muuuuuuuuita conversa. Como a gente tagarelava, hein?!

Tinha também as conversas sobre corridas, nossos trabalhos juntas, as dúvidas do inglês, as ajudas nos textos, na social media, a comunicação, músicas, cabelo, maquiagem, as saídas do fim de semana... eu disse que a gente tagarelava! Queria te dizer que apesar de não estar sempre verdinha no gtalk, eu estou sempre (sempre!) disponível pra ti, seja pra uma "conversa mais profunda" ou confabulações Game of Thronianas.

Faça o favor de economizar pra vir passar férias do lado de cá e segurar a boca pra não contar o que falta do quinto livro. Quando eu terminar de ler, te aviso e você, quando receber, me avisa.

Um abraço mega apertado,
Mari.

terça-feira, 8 de abril de 2014

queridos caderninhos,

Como é que a gente forma uma coleção e nem percebe?!

Ganhei um de vocês outro dia, que Wes trouxe do Rio de Janeiro e, na hora de guardar, (re)descobri vocês. Na verdade descobri como vocês são muitos! E olha que fui juntando quase sem querer: um foi brinde que chegou na agência, outro comprei numa viagem, outro está há tanto tempo guardado que nem lembro de onde veio e por aí vai.

Tem o que eu anotei as coisas interessantes da última viagem de férias, o que eu anotei as coisas bacanas e baratas pra fazer no RJ e já tem um separado pras férias que estão chegando!

Já estou pensando em levar essa coleção que começou por acaso em uma coleção levada a sério. Vou inclusive pedir outros de presente pros amigos quando viajarem, não é uma boa?! Pra quem não sabe como me presentear, vai ser uma dica digníssima.

Mas não sou dessas que  vai deixar vocês num canto, esquecidos até as folhas amarelarem, fiquem tranquilos. Quero mais é ter muito conteúdo, inspiração e referências pra anotar! Até porque se eu for confiar na minha cabeça cheia...já viu, né.

Fiquem aí torcendo pra eu ter cada vez mais motivos pra tirar vocês da gaveta e, quando receberem, me avisem.

Beijos,
Bel





segunda-feira, 7 de abril de 2014

querido Ivo,

Primeiro de tudo: morro e vivo de saudades de ti. Nesse mês, são dez anos sem você, mas não consigo lembrar de todas as tuas histórias sem rir, lógico, e no fim da gargalhada, no suspiro de reflexão, fica o nó na garganta, os olhos suados, a sensação de que a vida poderia ter te dado mais 10, mais 20, mais 80 anos. 

Hoje você teria 35. Durante toda a minha infância o teu aniversário, 5 de janeiro, foi uma espécie de marco. "Ah, o Ivo é o primeiro aniversário do ano". Não sei explicar como surgiu. Coisa de criança, talvez. Foi nesse dia que nos mudamos para nossa casa atual, mas sempre será lembrado como aniversário do Ivo. Você só comemorou 25. Três deles, bem carequinha, mas ainda forte. E bonitão também, como você sempre foi. Os olhos e cabelos "castanhos do resto da tinta", como você, o caçula, costumava brincar. 

Ano passado fui a Belém e revi a Paula. Ela está casada e tem uma filhinha. Fiquei até constrangida porque a mãe dela só falava de você, na tua bondade, no teu senso de justiça, nas tuas piadas. Ouvi as histórias envolvendo o teu chulé umas dez vezes. Ninguém é perfeito, né? Nossa, foram três dias lá com o coração apertado de saudade. 

Dos irmãos do meu pai, você foi o melhor tio. Da saudade que sinto, hoje em dia, tem muito mais amor do que um sentimento de injustiça que eu tinha até um tempo atrás. Você teve a oportunidade do transplante de medula, mas deus te achou um cara muito legal e resolveu te levar pro time dele. Certo ele. 

Semana passada, quando atualizei meus dados no Redome, lembrei de quando cheguei com os olhos marejados no Hemomar e a senhora que foi coletar meu sangue perguntou se eu tinha esse pavor todo de agulha. Tem uns sete anos que fiz o cadastro, até hoje ninguém na fila foi compatível com minha medula. Se um dia acontecer, saiba que ajudarei porque te amo e porque quero que outras pessoas tenham a oportunidade que você teve. 

Fiz questão de escrever essa carta ouvindo aquele cd do Skank que tem Jackie Tequila. Passei anos odiando essa banda porque teve aquela vez que viajamos 400 km ouvindo a mesma música. Meu deus, como você gostava de repetições! Hoje, se eu pudesse, andaria com você por 800 km cantando a mesma música sem parar. Seria bom repetir algumas coisas, mas como elas não podem se repetir, as lembranças ficam guardadinhas no coração.

Quando receber, me avisa.

Com muito, muito amor,
Carol.


domingo, 6 de abril de 2014

querida afilhada,

O que dizer para um ser tão pequeno neste mundo louco e igualmente fascinante?

Bom, sei que você ainda está aprendendo a falar, mas já sabe brincar, sorrir, reclamar e ficar zangada, bem zangada mesmo. Mas, são palavras de um tio que, quando recebeu a notícia que seria seu padrinho, entendeu o recado de cara, então saiba que te amo e que tenho com você a experiência de ensaiar para ser pai algum dia. Por que padrinho não é somente para presentear, é ser isso e outras coisas mais simples e sinceras.

Bom, vamos lá.

Você tem pais incríveis e que te amam incondicionalmente. Ame-os e briguem sempre que os assuntos instigarem opiniões diferentes, sobre os mais variados temas – só não vale falar mal do MetallicA, banda que eu e seus pais somos muito fãs, belèze? –, mas sempre os respeite. Aliás, respeite tudo e todos. Tudo porque a natureza é muito generosa conosco, e todos porque cada pessoa que você olhar na rua tem uma história de vida formada por alegrias e tristezas.

Quando você estiver mais velha, eu não sei, mas, hoje, poucas pessoas sabem a diferença entre julgar e opinar, portanto, não julgue ninguém e opine sempre que for necessário. Saiba, também, que é muito fácil perder a cabeça e se entregar para sentimentos ruins. E que algo ruim sempre pode acontecer, mas encare isto de frente, tire lições e garanta graus a mais de conhecimento no seu horizonte. A vida é boa, acredite.

Equilibre sua mente e seu corpo, encontre um esporte que curta muito, escute músicas que tirem você deste plano por alguns minutos, assista a muitos filmes e leia absolutamente tudo, valorize os amigos e a família, beba de vez em quando em botecos da vida e desfrute dos amores momentâneos. Ame seu trabalho e não tenha medo da mudança, mas respeite o medo, ele é uma forma de manter os pés no chão.

Afilhada, essas são algumas ideias e palavras para você e espero que me procure, futuramente, para trocarmos uma ideia na brisa do mar, andar de Slackline e te explicar as diferentes formas de amar na vida.
Fica tranqs que, além dos teus pais, eu estou cuidando de ti também, esta carta é para você, portanto, quando receber, me avisa.

Jonas



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Jonas Sakamoto, 25 anos, além de padrinho da Lauanna, que acaba de fazer 2 anos, é jornalista formado daqui a uns meses, escreve para Obvious e Entenda os Homens, praticante de slackline, alquimista mental, amante da natureza, do amor e apaixonado pela vida. 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

querido mundo,

Tirei folga! Na verdade, não tirei realmente uma folga. Mas me sinto tão desligada de tudo enquanto tento concentrar toda a minha atenção na dissertação, que achei melhor te avisar que vou estar mais por fora que de costume nesses meses que se seguirão.

Se possível, avise os meus amigos para que eles compreendam um pouco dessa ausência e silêncio. Mas avise também que aos domingos ainda aceito convites para ir à Godere. (Ai, a Godere!).

E, principalmente, fale pro meu namorado que eu o amo, mesmo que eu diga que tenho que sair do skype para não dormir tão tarde e para acordar cedo no dia seguinte. Se eu tivesse mais tempo livre, com certeza passaria uma boa parte com ele, mas, por enquanto, só vai dar pra passar um pouquinho.

Quando receber essa cartinha, me avisa e vê se me providencia também uma semana santa bem calma e produtiva!

Atenciosamente,
Seane.


quarta-feira, 2 de abril de 2014

queridos Panicadores,

Confesso que quando vim pra Lisboa, pensava que não ia fazer lá muitos amigos. Sabe como é, a pessoa já se acha velha pra fazer amizade por aí. Mas aí veio a vida, me deu um belíssimo tapa na cara e me apresentou vocês.

E, meus amores, digo com sinceridade: acho que não poderia ter caído em um grupitcho melhor que este! Tem a Ana, minha búlgara preferida, mais uma irmã perdida, mais indecisa que sei-lá-o-que. O David, máquina de fazer trabalhos, sempre com uma tirada ótima e um poço de cultura inútil brasileira (se isso é tá na pior?!); a Sofi, docinho que sempre tem um abraço quando a gente precisa.

Temos também a Lethy, desesperada com os trabalhos, com o laboratório, com os games, com a renda (eu também, querida, I feel your pain!); e o Pedro, que quietinho, quietinho conquistou todo mundo e já vem sendo cotado por parte do grupo para marido e pai dos filhos.

Não posso esquecer do Regi, o panicador mais viajado de todos, da Andreia, que tem cara de séria, mas adora uma brincadeira, do Francisco, nosso panicador empreendedor e da Julieta, a menina do museu, benfiquista, que arrasa corações pelo ISCTE.

De fato, somos uma malta muito fixe! Quando receberem, avisem. E reservem um dia na agenda que na depois da pausa de Páscoa vai ter jantar e copos.

Beijinhos,
Mariana.