sábado, 10 de maio de 2014

querido Bob Marley,

Daí do paraíso,  perto de Jah, você pode não saber, mas sua importância para a minha história é bem maior do que ser trilha das festas de reggae daqui da Jamaica Brasileira.

Se o som da minha infância tivesse nome e sobrenome, seriam os seus. Mamãe,  uma regueira que não frequentava clubes nem shows do gênero,  fazia a própria festa sozinha, à noite,  no fim de semana, pra relaxar duma semana de trabalho, ou de manhã cedo, pra embalar o começo das tarefas domésticas.

Acho que o bairro todo sempre soube desse costume e eram, sem querer, parte do ritual, já que o volume do som lá de casa facilmente alcançava vários dos nossos vizinhos.

O tempo passou e o hábito permaneceu. Se pequena eu aprendi a dançar suas músicas agarrada na cintura da minha mãe, hoje eu não só passo dela em tamanho como a levo ao tributo que todo ano rola em São Luís.

Lembrar de você e da sua musica é como lembrar dum tio mais velho, um parente gente boa que já não anda assim tão presente, mas que é sempre bem recebido quando aparece.

Que você continue sendo nossa companhia constante e, quando receber, me avisa.

Beijos,
Bel

2 comentários:

  1. Lendo as cartas e adorando. Essa coisa de som alto é bem infância mesmo e como marca a gente.

    Salve Bob!

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    1. Que bom que você está curtindo, Mayara!
      Som alto é alegria da gurizada né hahaha

      Salve Bob!

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