segunda-feira, 29 de setembro de 2014

querida segunda-feira,

Não é por nada, não, mas já perdi as contas de quantas vezes estragou meu juízo. Você levanta sempre das profundezas da vida gostosa e curtida, detonando a minha cabeça. Você é a mãe de toda lentidão e os reflexos da tua chegada desatam sequências de trapalhadas em mim. 

Hoje estacionei torto, errei caminhos e nomes de documentos, me perdi inúmeras vezes na linha de raciocínio.

Esse post é para dizer apenas que sobrevivi. Amanhã, como quem toma pequenas doses do composto alergico para curar alergias, o dia promete ser menos atrapalhado. Na sexta estaremos incríveis. 

Continue vindo por anos e anos, mas venha numa boa, em missão de paz e, quando receber, por favor, me avisa.

Abraços, 
Carol

domingo, 28 de setembro de 2014

querido estômago,

Nós sempre tivemos uma relação bem bacana. Como sempre fui bastante saudável, você nunca acabou sobrecarregado, de alguma forma. Aquelas dores que algumas pessoas sentem... ufa, você nunca passou por isso - e olha que já são 32 anos de existência.

Mas sabe uma coisa que eu não entendo? Mesmo comendo de 3h em 3h, é como se você estivesse sempre vazio. Seu danadinho! Acaba mandando sinais para o amigo cérebro que acabam se transformando naquele sentimento eterno de... fome.

Nos últimos anos, pode falar, eu caprichei nos quitutes. Você acabou recebendo o melhor que uma pessoa pode dar. E teve de tudo: comida ~fit~, comida ~pesada~, doce, salgado... Você não faz muita distinção, né? Adoro gente que aceita de tudo! ♥ Infelizmente, nem sempre tudo que acaba entrando faz bem pra ti e a gente tem alguns deslizes, inclusive que me fazem mal (desculpa pelo que aconteceu no Peru? Desculpa?).

Tirando esses percalços, pode contar comigo para escolher os melhores ingredientes, as receitas mais divertidas e gostosas. Porque quando cozinho, eu só penso em você. Em mandar pra ti algo cheio de energia boa, como um abraço daqueles bem apertados que enchem a nossa barrinha de energia.

My dear stomach, eu te amo. Quando receber, me avisa.

Raquel.







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Blogger nas horas vagas (e profissionais), a Raquel Arellano é dona do Maionese, um catálogo de inspirações e bonitezas que enchem os olhos de qualquer um. Mas ela trata tão bem do estômago que resolveu criar o Gordelícias pra compartilhar com todo mundo o que ela anda aprontando na cozinha (e nos restaurantes, sorveterias, padarias, bares... hmmm, deu fome!). 

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

querida corrida,

Sei que passamos muito tempo afastadas, mas tem sido muito bom te reencontrar. Quer dizer, tem sido uma mistura de sentimentos.

Quando estou trocando de roupa, é aquele sentimento "uhuuu, acabou o dia de trabalho e vou correr!"; no começo é um "agora vai!"; no meio, só me pergunto por que eu faço esse tipo de coisa e no fim... no fim, eu já estou pedindo pelo amor de deus que acabe e me prometendo que nunca mais faço isso.

Mas a verdade é que depois que me alongo e que o sentimento de miserabilidade passa, já estou pensando na próxima corrida. Ainda estou longe de ser uma corredora exemplar, mas espero um dia chegar lá (mas vou devagar, tá bem?).

Quando receber, me avisa. E, por favor, me maltrata menos na próxima vez.

Abraço (de longe, porque não gosto de abraçar suada),
Mariana.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

queridas eleições,

Por favor, passem logo, antes que eu enlouqueça!

Nada contra o maior espetáculo da democracia brasileira (por mais ressalvas que eu tenha, mas que já renderiam outra carta). São as campanhas que matam.

Pra quem está dentro ou fora dessa história toda, é um troço desgastante demaaaais: é jingle, é vídeo, é áudio, é carro de som que não deixa a gente falar no telefone na rua, é cartaz pra todo lado sujando a cidade toda, é trabalho pra varar a madrugada e pular o almoço.

Foi muito bom estar com você, mas já deu pelos próximos dois anos, né?

Vai ali dar uma volta e retorna só em 2016, pra ver se daqui até lá sinto alguma saudade.

Quando receber, me avisa e manda o resultado do pleito.

Beijos,
Bel




PS: Você também tem responsabilidade no fato de estar há semanas sumida aqui do blog, afogada em textos pra político. Desculpa, meninas. Desculpa, galera.



domingo, 14 de setembro de 2014

querida quina da parede,

Preciso dizer que os nossos encontros não vão nada bem. Não me leve a mal, gosto de sua presença e acho mesmo super importante que a gente tenha uma parceria. Eu a mantenho sempre limpa, você me ajuda a dividir os cômodos da casa e acho justo que a gente troque umas ideias. Me divirto com o seu ponto de vista mais parado, enquanto eu falo mais do movimento, do ir e vir, dessas coisas de sair em busca do que queremos. Acredito que, no fim das contas, são as diferenças que nos mantém mais próximas. 

O problema mesmo são os encontros mais efusivos, entende? Estes são doloridos demais para mim. Sabe o mindinho, aquele do dedão do pé? No último esbarrão que tivemos, quase não se recupera – ficou meio assim de lado, como quem não quer mais voltar à brodagem e parceria dos outros quatro amigos. E você sabe como isso me magoa e, principalmente, como isso dói: e esta dor, para ser bem curada, só depois do terceiro ou quarto palavrão. E aí você se chateia, acha que é pessoal. Eu perco a paciência, nos desentendemos e acaba ficando ruim para nós duas. 

Queria que você entendesse que não é pessoal. Quando acontece a mesma coisa com as quinas dos móveis e do balcão, eu reajo do mesmo jeito; talvez eu não seja muito boa com quinas de maneira geral e, ao mesmo tempo, possuo uma indecifrável capacidade de encontrar vocês, assim, de supetão, seja onde estiverem.  Enfim, é isso. Todo relacionamento precisa de ajustes, não é? Espero que você esteja disposta a entender o meu lado. Fica bem, juízo por aí. O mindinho tá aqui, ainda magoado, mas desejando que as coisas se resolvam.

Quando receber, me avisa.

Cândida.











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Cândida Nobre tem tantos apelidos que seria impossível listar todos. É viciada em pipoca, usa filmes como desculpa para comer baldes e baldes sempre que pode e acaba gostando de alguns deles. 

sábado, 13 de setembro de 2014

querido mar,

Eu sei que nesses últimos dias eu tenho agido feito uma doida, mas todos os aplausos a você são de coração. Diariamente, na ida ao trabalho te vejo ali, lambendo a orla, se mostrando imponente e também impiedoso com quem se arrisca a te enfrentar. 

Nos dois últimos dias, teus movimentos de avanço coincidiram com a minha passagem pela avenida Litorânea.  Te vi jogar o sal no ar refratando a luz do sol da manhã. Toda vez que isso acontece é difícil dirigir já que meus olhos querem engolir a beleza desse movimento natural e pouco se preocupam com as curvas e sinais da via. 

Quando a avenida finda, você continua e eu pego outra via rumo ao trabalho. São aproximadamente 10 minutos de contemplação diária. Só me resta aplaudir, perder momentaneamente o controle do carro, seguir em frente com pulmões cheios do teu cheiro, do teu sal. 

Quando receber, me avisa.

Beijos,
Carol



quarta-feira, 10 de setembro de 2014

querida gripe,

Vou ser bem direta: ou vem ou sai de cima! Não aguento mais essa expectativa. Faz três semanas que você parece que vem, mas não vem ou, pelo menos, não vem de uma vez por todas. Assim fica difícil de tratar os sintomas, sabe.

O pior de tudo é que eu não sei quando vou acordar bem e quando vou acordar com dor no corpo e dor de cabeça. Com o nariz entupido até já me acostumei. Os instrutores da academia tão achando que eu to mentindo, porque faz umas três semanas que tô diminuindo os pesos porque "tô meio gripada".

Vamos resolver logo isso. Se você quer me deixar doente, venha logo, mas passe rápido!  

Quando receber, me avisa e aproveita que é só hoje que tô fazendo essa oferta.

Abraço,
Seane.


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

querido Tempo,

Me permita todos os clichês.

Como você passa rápido... Há um ano estavámos nós pensando em uma forma de nos cobrar os detalhes cotidianos, elaborando plano de periodicidade, escolhendo layout, pensando no modelo. Foi só há um ano. Parece que foi ontem ao mesmo tempo em que parece que tudo aconteceu há dez.

Parece também que estamos há tanto tempo de 2014 que até tinha esquecido o ano bosta que foi 2013. Apesar de eu ter mandado muitas cartas para amigos, família e para a copa nos últimos doze meses, em setembro do ano passado eu estava focada em jogar na cara desse ano o tanto que ele foi uma merda

Algumas coisas retornam, como num ciclo que não virou porque 2013 não foi generoso. Nesse setembro, vamos de permanências, escrevendo mais uma vez sobre ansiedade pré-seleção e sonhos malucos com a Elke Maravilha. 

Daqui para frente, só posso garantir que não irei reclamar de 2014 que, de tão longo, já deu tempo de ser ruim e bom, mesquinho e generoso, injusto e justo.

Quando receber, me avisa.

Abraços,
Carol

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

queridos leitores,

Hoje, nós queríamos que, além de leitores, vocês também fossem os convidados da festinha imaginária de aniversário de um ano do QRMA. Não se preocupem que não vamos pedir pra ninguém trazer um cento de salgado, nem duas garrafas de refrigerante. Tá tudo aqui e os brigadeiros são todos gourmet, porque, claro, a festinha é só imaginária mesmo (rs).

Há um ano, Carol estava tendo sonhos estranhos com Elke Maravilha, Seane estava indignada por não ter visto preguiças e botos cor-de-rosa em Manaus, a impressora de Mariana estava passando por uma fase de difícil e Izabel estava tendo uma TPM daquelas!

365 dias, 187 posts, 22 convidados, 4 cartinhas dos leitores (cês são tímidos, né?), 415 fãs no Facebook e mais de 11 MIL visualizações depois, podemos dizer que muita coisa mudou! Claro que a TPM continua vindo todo mês, mas conseguimos nosso objetivo: ter assunto, saber um pouco da vida de cada uma todos os dias e, principalmente, conseguimos prestar mais atenção no que acontece no nosso próprio cotidiano (o que não é nada fácil, acreditem).

Seane, por exemplo, adorou escrever uma carta super estranha em nome da sua planta, pedindo para o seu colega de apartamento regá-la (mesmo que nunca tenha funcionado). Ela também deve ser a grande vencedora do prêmio mimimi do QRMA. Eita menina pra ter frio e sono!

Izabel criou a tag corrida e até mandou uma cartinha de agradecimento pro avaliador físico dela. Sem falar que deixou todo mundo com olhos marejados depois de uma cartinha sobre amizade e saudade.

Mariana teve a oportunidade de mandar cartinha pra muitas pessoas que ela conheceu em Portugal. Ela foi tão “generosa” que mandou carta até pra namorada de um colega de casa. Também não passou despercebido que ela comemorou praticamente todos os feriados nesse período. Não tá fácil, né, Mari?

Carol, como era de se esperar, mandou muitas cartinhas pra tal da Copa. Aliás, ela não foi a única. Teve muita Copa no QRMA! Carol também merece ganhar o prêmio de mais amor do blog. Ela foi a que mais escreveu cartinhas para os amigos e para a família.

Nossos convidados fizeram postagens tão legais que é difícil destacar alguma. Foi tão lindo como eles abriram o coração e escreveram cartas tão fofas e espontâneas que a gente fica até sem palavras. 

Daqui a pouco, vamos soprar nossas velinhas e cortar o bolo. Nosso pedido não vai ser segredo... queremos continuar dividindo com vocês o nosso cotidiano e também queremos que vocês compartilhem conosco ideias, sentimentos e causos do dia-a-dia. O primeiro pedaço do nosso bolo vai para vocês ♥

Quando receberem, avisem.


Carol, Seco, Mari, Babel.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

querida Seane de um ano atrás,

Nós não mudamos quase nada em um ano! Lembra daquela sua carta reclamando de nunca ter visto bichos preguiça pessoalmente? Pois é, após um ano, você vai continuar inconformada com isso. 

Você vai continuar fazendo “own”e “ohhh” para vídeos de preguiça no facebook. Você vai continuar achando que elas te entendem. E, principalmente, você vai continuar esperando que o seu namorado algum dia te dê uma preguiça de pelúcia de presente.

Sei que nada disso que estou falando deve aliviar o rancor que você está sentindo por essa viagem para Manaus, mas posso garantir que esse sentimento vai ocupar menos espaço na sua cabeça do que você imagina. Nesse ano que nos separa, você vai terminar suas disciplinas na pós, vai viajar, namorar, rever a família, ganhar novos membros na sua família de São Paulo e ainda vai escrever o texto da sua qualificação. Aliás, estou enviando essa carta para pedir que você escreva bem esse texto, pois a qualificação é daqui a duas semanas e sou eu quem vai encarar.

Quando receber, não precisa me avisar já que eu sou você e não sei bem como funciona o correio com esse lance de passado e futuro.


Abraços,

Seane.


segunda-feira, 1 de setembro de 2014

querido tempo,

Vai ser apressadinho assim lá longe! Mais uns diazinhos eu eu já faço um ano de mudança pra Portugal. Viu como você passou rápido?!

E há um ano, 10 dias antes de viajar, arrisco dizer que estava envolvida em arrumação de malas e preparativos de mudança. E agora, depois desse tempo todo, estou fazendo o que? Isso mesmo, minhas malas!

Não vou sair de férias ou voltar pro Brasil, vou "só" mudar de casa. "Só" porque isso significa de novo enfiar todas as minhas 8923826374 mil tralhas em duas malas, descobrir que um ano é tempo de sobra pra acumular ainda mais tralhas e, de novo, me prometer que "nunca-mais-compro-mais-nada". Também significa revisitar memórias: a blusa que era da avó, o casaquinho que era da mãe, o livro [Saga Lusa] que o tio deu quando nem sabia que eu vinha para cá, o cuidado para transportar o Simão*...

Também é um momento de rever as escolhas - como ter comprado um pacote com 32 rolos de papel higiênico só porque estava em promoção e agora ter esse fardo para carregar pelo bairro -, e de tomar algumas decisões, como doar aquele vestido nunca usado em São Luís, trazido pra cá, e veja você!, nunca usado aqui também. E pra quem acredita que na vida os fatos vão se repetindo, toma essa estatística: há quase um ano atrás eu andava escrevendo posts envolvendo papel higiênico.

Já que estamos nesse momento de celebração, tenho alguns pedidos para fazer: passe beeeem devagar quando as minhas aulas começarem, tenho uma dissertação pra escrever (aimeudeus!) e preciso muito de muito tempo; passe mega rápido nos dias de aula e trabalho chatos; seja o Usain Bolt quando eu estiver tendo crises de saudade, mas uma lesma quando eu estiver com meus pais e amigos (pedido válido também para telefone, skype, whatsapp etc.), ok?

Quando receber, me avisa. E manda entregar minha encomenda no endereço novo.

Um abraço e um beijinho,
Mari.












*Simão é um macaco de pelúcia que ganhei aos cinco anos e dorme comigo desde então.