domingo, 9 de novembro de 2014

querido Doutorado,

Nós dois sabemos que nossa relação chegou ao fim. Precisamos aceitar que não dá mais. Não nos aguentamos mais. O fim é inevitável, irremediável. Foram anos de muitas idas e vindas, muitas reclamações e muitos mal entendidos.

Perdi muitos finais de semanas, passeios com os amigos, viagens e domingos de sol. Não que eu goste de praia, mas eu queria ter a possibilidade. Nem tenho tempo e dinheiro pra viajar tanto assim, mas eu queria apenas poder. Mas você me cobrou muita atenção e eu, como todo bicho acuado, fugi para longe e me escondi. Eu também te escondi para ter a possibilidade de viajar, de ir à praia e de passar o dia com meus amigos. 

Mas eu tinha que voltar. Eu quis voltar.

Perdi mais cabelos nesses 4 anos do que o normal. Ganhei mais quilos do que eu podia prever. E você, mesmo assim, continuou a me cobrar, pressionar e acuar. Não foi fácil pra mim. Sei que não foi fácil pra você também.

Ganhei muitos amigos, dei boas risadas e surgiram piadas ma-ra-vi-lho-sas por sua causa. Assumo sem reservas a sua importância na minha vida. 

A música entrou por completo na minha vida. E muita gente veio entre artigos e livros. Fiz algumas viagens que renderam bons momentos e muitas fotos.

Você vai fazer falta, queridx. Não vou sentir saudades dos prazos nem das cobranças. Vou sentir falta da transformação constante que você me fez passar, mesmo com minha relutância. 

Não leve a mal minhas reclamações. Eu vou sentir uma puta saudade de você. 

A gente se vê um dia desses. Não sou de me desapegar por completo.

Quando receber, me avisa.

Eduardo.














*****
Eduardo Dias é publicitário, professor universitário e procura um sentido pra vida após o doutorado.


Nenhum comentário:

Postar um comentário