sexta-feira, 31 de julho de 2015

queridos responsáveis do RH,

Essa carta é um pedido singelo: por favor, não me matem do coração. Vocês não devem imaginar como é estressante ficar esperando ligações e e-mails que foram prometidos para "logo" ou "em breve" e que ainda não chegaram.

Eu sei que não posso apressar o processo seletivo e que vocês querem ter certeza de que estão escolhendo a pessoa certa, mas acho que é possível trabalhar com um pouco mais de precisão e honestidade. Sejam sinceros em relação à data em que vocês pretendem dar respostas. Dizer que só devem saber na próxima semana é ok. Vale até mesmo dar uma dicona daquelas "na lata". Do tipo "se você não receber nada até tal dia, não rolou".

Só preciso de respostas. Só queria usar a caneta vermelha e já ir riscando umas coisinhas da lista, sabe?

Quando receberem, me avisem dentro do prazo. E me tragam boas notícias peloamordedeus.

Desde já agradeço pela atenção,
Seane Melo.

Dia do Trabalho

quarta-feira, 29 de julho de 2015

querida gripe,

Quem te convidou? Eu sei que não fui eu e imagino que ninguém aqui de casa aprecie a tua presença.

Não sei se você reparou, mas já dei sinais que não te quero aqui... não se faça de desentendida, a vitamina C, os chás e os sucos vitaminados (sim, a loja deu esse nome) deixam bem claras as minhas intenções.

Não insista, a casa está cheia e não faz parte dos meus planos te dar alguma atenção, já tenho muito com o que me ocupar. Então, vá tratando de arrumar a sua trouxinha!

Quando receber, me avisa e vaza daqui!

Um tchauzinho beeeem de longe,
Mariana.




segunda-feira, 27 de julho de 2015

querida Fortaleza,

Você é como uma amiga querida que eu não via há muito tempo. Estávamos cheias de coisas pra atualizar e nem dá tempo de você me contar tudo. 

Mas olha, te encontro em ótima hora, tava mesmo precisando muito dar uma boa descansada, de lugar e de gente, pra retomar o pique louco de SanLoo.

Um pouco de praia, um pouco de festa, um pouco de compras e um monte de comida e bebida e gente querida, eis a fórmula do teu segredo de sempre deixar saudade e fazer a gente achar que precisa de mais um encontro pra botar as coisas em dia.

Segura esse sol só mais um pouquinho e, quando receber, me avisa.


Beijo,
Bel.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

queridos sisos,

Como foi bom me livrar de um de vocês. Ainda faltam três dos seus irmãos, mas já sinto que venci um pouco tendo coragem de tirar do meu corpo uma parte sã, mas que, simbolicamente (e também na prática, vai) me perturbava.

Me lembro bem quando vocês nasceram. Tive todos os sisos, todos os juízos, antes dos 20 anos. Nem deu tempo de ter esperanças de fazer parte de uma geração que já tem, como traço de evolução, a ausência desses dentes. Mas vocês foram lá e nasceram naquele resto de espaço no fim da boca. Doeram, não romperam a gengiva com facilidade, me deixaram molinha, mas pelo menos tiveram a decência de nascer todos de uma vez só.

Queria arrancar todos de uma vez só, mas não tenho o traço evolutivo que me faz ter esse grau de coragem. Nisso, fui ao dentista, sentei na cadeira, me equipei com óculos, babador, coragem. Recebi a anestesia que logo deixou metado do meu rosto dormente.

Quando senti um metal descendo a gengiva, entre o siso e o último dente, uma lágrima escorreu. Não doeu, foi só pavor. Ouvi e senti o estalar do osso se deslocando. Mais uma lágrima escorreu, o sangue tomando conta da minha boca e, em seguida, a felicidade de ver que o dente saiu cumprindo sua função de dar espaço para o alívio.

Os outros três ainda são metas não riscadas do meu planejamento de 2015. Mas serão tirados. Não chegarei aos 28 com todos os juízos.

Quando receberem, avisem.

Beijo suavemente banguela,
Carol

quarta-feira, 22 de julho de 2015

querida rotina,

Essa semana, fiz um snap para você, mas não tenho muita certeza se você visualizou. Tudo desaparece em 24h, é uma loucura, e eu não sei se no meio dos seus horários e afazeres sobrou um tempo para assistir a todas as atualizações.

Por isso, recorro novamente a esse meio _vamos fingir que se trata realmente de uma carta, ok?_, que me parece bem mais perene. Preciso te pedir que volte! Não ligue para essas pessoas que te odeiam. Parece que está na moda odiar você, mas lembre-se que também já foi moda odiar ovo, café e glúten. Sei que você deve achar que a moda "odeio rotina" está durando mais do que deveria. Mas tenho aprendido que é impossível agradar a todos.

Só posso garantir que eu, por exemplo, não te odeio. E não estaria exagerando se dissesse que te amo. Temos nossos desentendimentos quando você me faz perder um pouco a perspectiva do futuro ou quando faz parecer que todos os dias são iguais. Mas, ultimamente, tenho ansiado exatamente por essa sensação: a de já saber quando acordo, o que como e o que devo fazer a cada novo dia que surge.

Você pode até dizer que não preciso de você e que é só eu me organizar direitinho. Mas acho que receber uma ajudinha sua facilitaria bastante a minha vida. Enquanto você não responde, decidi até recuperar uns hábitos antigos, como o de escrever aqui e contar um pouco da minha vida para as meninas. Quero acrescentar essa hábito em você, rotina. Você acha que já é um começo?

Quando receber, me avisa e volta com umas tarefas interessantes.

Sua fiel seguidora,
Seane.