quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

querida Rihanna,

Eu sei que vivo implicando com você, mas, só dessa vez, vou te defender. O álbum novo, ANTI, tá legal sim!

Não liga pra essa galera reclamando de Work. Puxa, eu tive que tirar o chapéu pra essa parceria com o Drake. Deixa que digam que é repetitiva. Esse pessoal vive dançando Umbrella nas baladas até hoje. Sem falar de Don't Stop The Music. Essa era um bocado repetitiva. E, só para aproveitar que entramos nesse assunto, aquela Where Have You Been tinha só umas 20 palavras na letra, néam?

Não estou enviando essa carta para reclamar, veja bem. Só estou tentando te defender. Tô gostando dessas coisas que você tem feito. E, com certeza, vai fazer sucesso. Mas se não estourar como você queria, pensa só que é porque o Bieber lançou Sorry e o Kanye West tá dando chilique no Twitter.

Quando receber, me avisa e faz um tutorial de reboladinha para a gente.

Ainda te odeio,
Seane.


segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

querido astigmatismo,

Por favor aguente só mais um pouco e não me deixe cega.

Eu sei que estamos nessa desde o final de 2014, quando te prometi que compraria novos óculos assim que voltasse de férias. Mas de lá pra cá, rolaram os gastos com a mudança, o pedido de demissão dum lugar, o início em outro, festival, telefone novo, cursos, remédios e toda sorte de coisas que acabaram colocando você no rabo da fila das prioridades.

Tenho percebido uma certa revolta da sua parte, quando vejo os letreiros dos ônibus embaçados ou quando os olhos não aguentam mais sair do telefone pro notebook e do notebook pro tablet. Segura a onda, please! Prometo que (dessa vez vai!) providencio a solução assim que voltarmos da Páscoa.

Tá longe? É que daqui pra lá tem mais dois shows, um festival...



Salva essa tag e, quando receber, me avisa.


Beijo,

Bel



sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

querido Lawrence,

Esta semana, fui abordada por um antiga amiga sua, Pauline, com um único pedido: "Você pode escrever uma carta para mim?". Como pode imaginar, a carta era para você.

Fui visitar uns amigos em Newcastle e como todas as férias têm aquela história engraçadinha, dessa vez, a minha história é a sua.

Estava sentadinha no shopping, quando fui abordada por uma senhora - a Pauline - com o tal pedido. Imediatamente, não só pensei, como perguntei em alto e bom tom e médio inglês:"Why me?!". Ela disse que não tinha uma caligrafia muito boa (também não sei se fui muito útil nesse quesito) e lá fui eu ajudá-la. Para resumir a carta, a Pauline queria basicamente saber se vocês poderiam voltar. Ela disse que sente a sua falta e sente muito pelo que aconteceu no passado.

Se eu dissesse que escrevo-lhe em nome dela, estaria mentido. Escrevo mesmo em meu nome, porque estou demasiado curiosa para saber o início, destino, desfecho daquela carta.

Confesso que fiquei muito decepcionada comigo por não ter ido mais a fundo na vossa história, investigado, conversado mais... É que entre ficar atordoada com o pedido, achar a coisa toda maravilhosa e pensar que de certeza tudo isso foi uma pegadinha do equivalente ao Silvio Santos em Newcastle, fiquei meio sem ação para ser mais investigativa (fofoqueira).

Agora, só consigo imaginar mil teorias para o que aconteceu entre vocês, se a carta foi enviada e em qual canal essa pegadinha vai ser exibida.

Por isso, Lawrence, tenho alguns pedidos:

1. Quando receber a carta da Pauline, não me avisa e envia uma resposta para ela (ela disse que você sabe o endereço dela, para o caso de querer manter contato);
2. Quando receber a minha carta, não me avisa na mesma, mas conta - por favor! - a vossa história para um site qualquer e menciona a minha parte, por que quem sabe o link chega a mim e eu fico com a curiosidade satisfeita.

E, por fim,

3. Quando receber esta carta, me avisa. E manda o link da pegadinha no YouTube porque eu quero mesmo me ver pagando esse mico!

Kind Regards,
Miss Mariana.












P.S: Para quem estiver pensando "Nossa,Mariana, que criativa!", até que sou (beijinho no ombro), mas a história aí em cima é verdadeira. Fui abordada num shopping em Newcastle para escrever uma carta de amor /reconciliação para um Lawrence.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

querida natação,

Nunca imaginei que faria de você uma rotina. A força para me montar inteira de acessórios e cair na água todos os dias vem da sensação de liberdade de um quase voo diário. Tudo bem que voar deva cansar menos, mas o cansaço é a respiração se ampliando e entrando nos eixos. 

É também a marcação de um compasso do corpo: as pernas pápápápá acelerado, os braços vão de pápá mais suave no acompanhamento, a cabeça distribui as bolhinhas do sopro num solo livre, de acordo com a necessidade do pulmão, e o corpo desliza impulsionado como uma boa canção. Tudo isso no silêncio da água, no pensamento em tela de descanso. 

Quando receber, denuncie o xixi na piscina, e me avisa. 

Beijos,
Carol.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

querido Snape,

Eu sei, Alan Rickman, eu sei que esse é o nome de um dos seus personagens, mas foi como Snape que você me conquistou.

E, hoje, não consigo parar de pensar nessa loucura que foi te perder. Sabe, segunda, eu senti a dor de Babel e do meu Diamond Dog com a perda do Bowie. E eu achei que ele recebeu algumas das homenagens mais lindas que eu já vi. Daí, hoje, cheguei no trabalho e vi a notícia da sua morte.

E, então, eu não só senti a dor dos meus amigos, mas eu soube o que era ficar triste e abalada pela perda de alguém que eu nunca conheci. Senti vontade de te enviar essa carta para dizer que nunca concordei com o elenco de Harry Potter. Sempre achei o Radcliffe e a Watson bonitos demais para Harry e Hermione. Quase nenhum dos personagens se pareciam com a imagem mental que criei deles durante a leitura dos livros. Mas, você, você sempre foi igual. Sempre foi perfeito. Sempre foi o Snape que a gente tanto odeia e ama. Always.

Quando receber, me avisa e aceita o meu abraço sem achar muito esquisito.

Com amor,

Seane.


segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

querido Bowie,

You said we're all heroes.

Que jeito cachorro de começar 2016, hein, perdendo você só um pouquinho depois dos seus 69 anos e de lançar mais um álbum, como quem diz "pra vocês se consolarem e não se sentirem tão órfãos, meu pequenos freaks". Porque sim, tu eras o pai dos freaks, dos estranhos, dos desajustados, dos outsiders que não se sentiam caber em lugar nenhum, exceto nas suas músicas.

Você foi tão diferente que era impossível ignorar e de estranho virou cult, pop, estampa de camiseta, tatuagem e chegou a todos os lugares do universo por onde Ziggy Stardust disse que tinha passado.

Para além da música, você deixa um legado estético, uma tristeza profunda e a sensação de que todos nós, deslocados, temos sim um lugar, e esse lugar são todos os lugares do mundo.


Obrigada por tudo,

Beijos,
Bel